Qual é o motivo da minha existência? Para que finalidade Deus me criou? Eu já me perguntei isso algumas vezes. Por que um Deus todo-poderoso, auto-suficiente, que a Si mesmo denomina “EU SOU O QUE SOU”, daria vida a uma criatura tão insignificante, quando comparada a Ele, ou até mesmo a outros homens? Podemos buscar respostas em muitos lugares, mas basta que voltemos ao inicio, quando Deus criou o homem, Adão, e de que forma eles se relacionavam! Opa, aqui está uma palavra que preenche uma lacuna enorme na busca de um sentido para nossa existência: Relacionamento! Isso mesmo, Deus criou o homem para manter com ele um relacionamento! Humanamente pensando, nossa vida prospera apenas quando nos relacionamos bem com as pessoas certas. Pensando em algo mais importante que apenas nosso lado humano, podemos chegar à mesma conclusão! Agora, se quisermos falar desse assunto, precisamos nos perguntar qual é o relacionamento mais simples e mais natural que conhecemos? Ainda lembro de alguns momentos de minha infância com o meu pai! Lembro de quando eu sentava no seu colo ao lado do fogão a lenha nas manhãs de inverno, enquanto ele tomava o seu chimarrão matinal. O simples fato de estar perto dele fazia eu me sentir importante, e eu adorava estar ali! Eu era amado, e não havia feito nada para merecer esse amor!!!
Mas por mais que eu possa lembrar da minha infância, nada fala mais alto em minhas lembranças do que o meu relacionamento com os meus filhos! Eu posso afirmar com convicção, que uma pessoa apenas entende o real sentido do amor de um pai, quando se torna um. Lembro de meus filhos quando nasceram, com aquela “carinha de joelho”, toda enrugada, feinha (se alguma mãe ler isso, vai me xingar com todas as palavras que lhe vierem na mente, porém não me importo, porque as crianças quando nascem, no primeiro dia são feinhas mesmo… hehehe), porém quando pus meus olhos neles, eu os amei profundamente desde o primeiro momento! O que eles fizeram para que eu os amasse tanto assim? Eles simplesmente nasceram! E pra falar a verdade, eu já os amava antes, quando ainda estavam na barriga da minha esposa, apesar de ter sido muito tosco, não sabendo demonstrar isso da maneira apropriada.
Se eu, homem cheio de defeitos e fraquezas sou capaz de amar meus filhos incondicionalmente, que falar de um Pai perfeito? Da mesma forma que meus filhos não precisaram mover uma palha para que eu os amasse, também eu nada preciso fazer para ser amado por Deus! Quantas vezes me perguntei o que eu podia fazer para ser amado por Deus? Quantas pessoas vivem se perguntando isso, e inventando uma infinidade de modelos perfeitos para agradar a Deus? Basta olhar para a variedade de costumes e tradições existentes nas organizações religiosas, onde cada uma delas tem uma característica que as identifica. Mas aí quando nos deparamos com a Palavra do próprio Deus, vemos que tudo isso é perda de tempo, porque Ele nos chama de FILHOS, e nos diz que nada pode nos separar do Seu amor (Rm 8:38-39). Ou seja, faça eu o que fizer, o Deus da Bíblia me diz que eu sou amado por Ele. E não há nada que eu faça ou deixe de fazer que poderá mudar isso! Isso porém não indica que Ele seja tolo e não faça justiça, quando eu deliberadamente escolho ignorar esse amor e fazer apenas a minha vontade! Mas quando a Sua justiça é aplicada, isso ocorre porque eu escolhi viver longe dos Seus cuidados, não porque Ele tenha deixado de me amar (II Pe 2:1-22).
Eu poderia citar muitos textos bíblicos para fundamentar esse pensamento, para que não pareça ser apenas mais uma idéia maluca da minha cabeça, porém vou citar apenas alguns, onde Deus deixa muitíssimo claro que nos criou com um único propósito: de sermos Seus FILHOS! Podemos começar com o texto de Gl 4:4-7: “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!. De sorte que já não és mais escravo, porém filho; e, sendo filho, também herdeiro por Deus.”. Eu não precisaria dizer mais nada além desse texto, pois ele é muito claro e fala por si só. O que posso dizer mais? Não é hora de assumirmos de vez essa condição maravilhosa para a qual o Pai nos criou, e deixar de lado todas as idéias que nos foram ensinadas? Se sofremos, é porque vivemos num mundo caído que escolheu o pecado, e isso nunca foi escolha de Deus. Também não somos um mero capricho da natureza, como muitos preferem pensar, ou melhor acreditar no que alguns doidos de renome disseram. A natureza por si só jamais poderia ser tão inteligente!
Sim, através de Jesus Cristo, eu também sou filho de Deus! Jesus veio restaurar esse relacionamento que foi perdido lá no inicio, e eu já posso me achegar ao Pai como eu o fazia com o seu Jerônimo, meu papaizinho, quando eu era criança!!! Eu não quero mais viver de outra forma, que não seja como filho de Deus. O véu foi rasgado, e tenho livre acesso ao Pai através de Jesus, então porque eu deveria ficar me lamentando quando algumas coisas não dão certo? O fato de eu ser filho de Deus não me livra de viver num mundo que escolheu criar suas próprias regras, e viver por elas. Mas sim, me da a certeza de que apesar de qualquer circunstancia, Ele está comigo e jamais me abandonará, até que enfim chegará o dia em que eu poderei estar em Ele! E sinceramente, espero ansioso por esse dia!
Em Mc 14:36, Jesus nos ensina uma palavrinha que o próprio povo de Israel já havia esquecido de usar para se referir ao seu Deus, e no texto citado no paragrafo anterior, Paulo reforça o uso dela. “Aba” era a palavra hebraica que os filhos usavam para se dirigir ao seu pai, e teria um significado parecido com “papaizinho” em nossa língua. Quem é pai sabe como é delicioso ouvir um filho nos chamando de “papaizinho”. Eu mesmo fico babando, e se eles soubessem o efeito que causa em mim, viveriam me chamando assim sempre que viessem me pedir alguma coisa (tomara que eles demorem pra ler isso, porque senão estou ferrado… hehehe). É dessa forma que Jesus se dirigiu ao Pai, e é dessa forma que o Espírito que Deus enviou ao nosso coração clama: “Aba, Pai!”. É dessa forma que quero me dirigir ao meu Pai, não com formalidades, não com religiosidade, não com liturgias, mas com a simplicidade de uma criança que se dirige ao seu papai. Paulo fala ainda em Gl 3:26: “Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus;”, então se minha fé realmente está em Jesus Cristo, já não restam dúvidas quanto a minha filiação. Também não posso deixar de citar Rm 8:14-17 e Jo 1:12-13, textos que falam desse assunto de forma muito esclarecedora. Poderia falar ainda muito mais, pois não faltam palavras, mas é preferível que você busque toda informação necessária para sua vida espiritual na verdadeira fonte, a Palavra de Deus. Quer um conselho proveitoso? Tome um propósito de ler todo o Novo Testamento, e quando terminar, leia novamente! Começe hoje, leia um capítulo por dia se não tiver tempo para mais.
Como diz a letra de uma música que tenho ouvido muito nos últimos dias, “impressionante é o Seu amor!”. Impressionante também o quanto resistimos a Ele, impedindo-O de transformar nossa vida medíocre na vida maravilhosa para a qual Ele nos criou! Eu não quero mais resistir, chega das minhas vontades! Senhor, faz a tua vontade na minha vida, independente do quanto isso irá doer, porque sei que ao terminar, eu estarei um pouco mais parecido contigo! Esse é o sonho da minha vida! Amém!
eu ainda não sei o que é a sensação de ser pai, mas tua analogia com o amor de Deus com o amor fraterno foi perfeita, é algo que não podemos explicar e apenas sentir. A fé em Jesus Cristo move montanhas, disso eu nunca tive duvidas.. Parabéns pelo texto.
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