quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Espírito do Natal

Espírito de Natal Se você é muito ligado às tradições natalinas, recomendo que pare a leitura desse texto agora mesmo, caso contrário, você poderá estar um pouco contrariado ao terminar de lê-lo, e poderá ficar um pouco irritado comigo. Mas isso também não seria problema, pois com uma boa conversa, olho no olho, podem ser resolvidos muito problemas, e poderíamos acabar nos conhecendo melhor. Muito bem então, se você insiste em continuar, não posso fazer nada… hehehe! Eu as vezes posso parecer meio agressivo na forma de me expressar, então peço perdão antecipadamente se escrever algo aqui que possa magoar você! Tão certo como Jesus vive, não é essa a minha intenção!
Por muito tempo eu fui meio covardão quando se tratava de falar às pessoas o que eu realmente pensava, ainda mais quando eu sabia que isso iria de encontro ao que elas pensavam. Eu tinha medo de ser confrontado, tinha medo de perder meus amigos, tinha medo que as pessoas não gostassem mais de mim se as contrariasse. Mas se não posso dizer o que penso aos meus amigos, para quem mais poderei dizê-lo? Quem me aceitaria mesmo discordando de mim, senão eles? E tenho certeza de que esse problema não era apenas meu, mas também de muitas pessoas com quem convivemos diariamente. Isso é um saco, pois não podemos ser nós mesmos, e precisamos estar sempre nos moldando a um determinado grupo de pessoas. Acabamos por nos tornar um “camaleão”, ou então, não nos misturamos com ninguém. Isso acontece o tempo todo dentro das organizações religiosas. Pessoas discordam do que é ensinado, porém pouquíssimas tem coragem ou disposição suficientes para expor o que pensam! Menos ainda tem a disposição de pesquisar e se inteirar da verdade antes de expor seus pensamentos. E isso realmente é uma pena, pois dessa forma teremos poucas pessoas “pensantes” em nosso meio, e por isso tão pouca coisa muda.
Para o texto de hoje não poderei citar muitos textos bíblicos, mesmo porque não há nenhum que eu conheça que corrobore esse assunto. De qualquer maneira, tem alguns pensamentos que eu gostaria de compartilhar. Você nunca se perguntou porque nessa época do ano as pessoas ficam diferentes? Pessoas que talvez nunca lhe tenham dirigido a palavra, agora chegam até você com um sorriso largo no rosto, desejando “feliz natal”! É incrível como as pessoas mudam tão de repente! Tem que haver algo ou alguém por trás dessa mudança! Já vi muitas pessoas dizerem que o tal “espírito do natal” que é responsável por essa transformação. Mas que espírito mais seria esse? De onde ele vem? E qual é o seu real objetivo? Por quê o efeito que ele causa normalmente desaparece tão rapidamente, e na primeira semana de janeiro tudo volta ao normal? Também não encontro na Bíblia nenhuma referencia a esse espírito. Muitas pessoas poderiam dizer, como já tenho ouvido, que muitas outras coisas também não estão escritas na Bíblia, mas existem e fazem parte do nosso dia-a-dia. É claro que sim, mas essas coisas não podem guiar a minha vida espiritual! O que guia minha vida espiritual, se realmente sou filho de Deus, é o que está registrado na Bíblia, nada mais, nada menos!
E o que seria o “natal”, já que essa palavra, e nem mesmo outras que representem o real significado da comemoração, são encontradas na Bíblia? O natal nunca foi comemorado pela igreja primitiva, porque até então não existia. Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro de 0000! Por mais que estudiosos já tentaram confirmar a data para o nascimento de Jesus, as evidencias bíblicas e históricas sempre apontam para outras datas, anteriores ou posteriores, mas nunca nessa data ou próximo a ela. Você poderia me perguntar “Mas de que importa o dia? O que realmente importa é que Ele nasceu!”, e eu concordaria com você, em grau, gênero e numero! O que importa é que Ele nasceu, e o Seu nascimento possibilitou que com Sua morte e ressureição, Ele nos trouxesse vida! Aleluia!!!
Não tenho nada contra a comemoração do natal, afinal de contas não sou um fanático intolerante! Sei muito bem que muitas pessoas utilizam essa comemoração para reunir familiares e lhes falar do grande amor de Deus! E isso realmente é maravilhoso! O problema para mim é que essa data nunca foi comemorada pela Igreja até o quarto século, quando a igreja católica surgiu, aliada ao império romano de Constantino. Por isso que não há nenhum registro dela na Bíblia, pois ela não surgiu da Bíblia, e sim de um sincretismo religioso que a igreja católica vem alimentando ao longo dos séculos afim de conquistar novos adeptos. Foi isso que ocorreu com o surgimento do natal, quando a igreja católica utilizou uma data que já era comemorada por povos pagãos conquistados pelo império romano, e acrescentou a ela um novo motivo de comemoração: o nascimento do Salvador! Dessa forma, não seria necessário contrariar demais aqueles povos com a imposição da nova religião oficial do império, fazendo com que aceitassem o catolicismo mais facilmente e o fundissem com sua própria religião. Vemos um exemplo muito parecido hoje na umbanda, onde cada uma das entidades dessa religião representa um santo católico, de forma a tornar a religião aceitável aos católicos, ou seja quem for, que já esteja familiarizado com os tais santos.
O que quero dizer com tudo isso? Que todos devam parar de comemorar o natal? Não, eu não teria tanta pretensão! Como eu disse anteriormente, existem muitas pessoas que tiram bom proveito dessa comemoração, e mesmo porque não se convence as pessoas tão facilmente depois de uma vida inteira dentro de uma tradição religiosa. Sabe por que esses assuntos normalmente não são discutidos nos meios religiosos? Porque seria o mesmo que mexer num vespeiro! Ninguém gosta quando tem suas convicções contrariadas, principalmente quando essas convicções são herdadas de muitas gerações anteriores! Mas aí é que está um grande problema. São apenas tradições, e pior que isso, são tradições sem fundamento bíblico, e nós muitas vezes nos deixamos escravizar por elas. Precisamos cumprí-las todo ano a qualquer custo. Não é errado guardar as tradições, e Paulo incentiva a Igreja a guardá-las em II Ts 2:15. Mas essas tradições das quais Paulo fala estão muito bem fundamentadas na Palavra de Deus. É o ensino dos apóstolos! Quer ver o que Paulo fala mais sobre isso? Leia Gl 4:9-11: “Mas agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir? Guardais dias, e meses, e tempos, e anos. Receio de vós, que não haja trabalhado em vão para convosco.”. Nem mesmo as tradições judaicas do antigo testamento nós temos que cumprir, já que não somos judeus. Já vi muitas pessoas a cada ano reclamarem que o verdadeiro sentido do natal está se perdendo, sendo substituído pelo consumismo desvairado da nossa época, porém, se analisarmos essa comemoração a luz da Bíblia e não de tradições inventadas por homens, o sentido que se espera para ela realmente não existe!
Mas voltando a falar dele, o espírito do natal, esse sujeito até que faz algumas coisas  boas! Nessa época do ano muitas pessoas são mobilizadas em campanhas de solidariedade, através das quais muitas crianças carentes são assistidas. Pelo menos muitas delas recebem o tão esperado presente de natal, e em algumas vezes, até a família acaba sendo contemplada com uma bela cesta básica! Isso tudo é lindo! Não estou sendo sarcástico, não! Realmente é lindo, e apenas quem já ajudou alguém necessitado sabe como é maravilhosa a sensação de estar contribuindo para o bem estar do próximo. O que eu lamento profundamente, é que esse cara sai de cena durante o próximo ano inteiro, e parece que toda a bondade do coração das pessoas vai com ele. Novamente, não estou generalizando, sei que muitas pessoas ajudam o próximo de muitas formas o tempo todo. Pode me corrigir se eu estiver inventando ou falando bobagens, mas observe atentamente quando tiver oportunidade. Se nós não conseguimos ser os mesmos, com os mesmos bons propósitos durante os 360 dias restantes do ano, é porque há algo tremendamente errado em nosso coração! Se por apenas 5 dias do ano podemos demonstrar bondade e compaixão pelo próximo, então estamos sendo tomados por um espírito de hipocrisia! Me perdoe, mas é isso que parece! E o Espírito de Deus não é espírito de hipocrisia, mas Ele é o Espírito da Verdade (Jo 16:13). Se esse é o espírito que guia a nossa vida, então não preciso de uma data especial para demonstrar meu amor pelo próximo, mas todo dia será especial para isso.
Me perdoem se estou sendo chato e repetitivo nessa conversa de ajudar as pessoas, mas eu não consigo ver outra forma de demonstrar o amor de Deus que não seja ajudando! Se eu amo a Deus, então também amo ao meu próximo, uma coisa não existe sem a outra. E se eu amo ao meu próximo, então não posso ficar conivente com as suas necessidades.

Que o Deus vivo nos encha da Sua presença santa, para que possamos andar segundo os Seus bons propósitos, em nome de Jesus Cristo!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Mente Perseverante

Sem comentários... muito esclarecedor esse texto. Escrito pelo meu irmão amado! Encaixa direitinho no tema principal desse blog: simplicidade! Lá vai...

Referência Bíblica:
2 Coríntios 11: 3 “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo”

Queridos,
Este versículo acima chamou muito minha atenção nesta semana, e durante todo este tempo tenho pensando nele.
Tenho resistido, mas ao mesmo tempo, tenho criticado o sistema religioso moderno, porém o meu interesse não está no sistema e ficar criticando, e sim, alertar para que voltemos nossos olhos para Cristo, e na sua proposta simples de viver.
O que escrevi abaixo, vem apenas explanar o que no meu coração veio sobre o sentimento que Paulo teve quando escreveu o versículo acima. (Leia o versículo novamente antes de ler o que escrevi, e com amor, tire suas conclusões pessoais). Não é verdade absoluta o que escrevo, é apenas o que senti durante toda esta semana enquanto meditava na mente Viva e na mente Perseverante, que queria trazer para vocês.

Paulo estava temeroso com a igreja que se reunia em Coríntios. Acredito que deveríamos ter o mesmo temor. Este povo estava sendo enganado por falsos profetas porque os seus sentidos estavam corrompidos.
Infelizmente hoje o foco está tão direcionado para a ostentação dos templos de tijolos e a valorização da “minha vontade e dos meus interesses” que o habitar simples e puro do Senhor Jesus em templos espirituais está sendo negligenciado, porém o alerta de Paulo é que não nos apartemos da simplicidade que há em Cristo.

Os sentidos das pessoas estão corrompidos. Você concorda? Deixa eu tentar fazer um comparativo. Tem momentos que precisamos “exagerar” para sair da banalidade do que vivemos:

A voz do Bom Pastor (João 10:11) está sendo substituída pela eloqüência e “excelência” dos pastores modernos, que (sem generalizar) prometem benefícios e bênçãos sem pregar o verdadeiro e simples evangelho do arrependimento, mas sim para seus próprios interesses e deleite, pregando só o que lhes interessa ou o que a “tradição” manda.
O Cheiro do bom perfume de Cristo (2 Coríntios 2:14) está sendo trocado pelo fétido cheiro da hipocrisia, do orgulho, da inveja, dos julgamentos e do ódio que é promovido pela busca desenfreada de posições dentro da igreja, onde o cargo e a posição são mais importantes e atraentes do que a função de servo ensinada por Jesus.
Tocar e sentir as feridas de Cristo deixadas (João 20:27) pelos cravos (a abundante graça) não faz mais sentido. Antes o que se deseja tocar são os instrumentos brilhantes e reluzentes, os púlpitos de cristal, os microfones dourados, os dentes de ouro, ou tudo aquilo que pode ser exibido e ostentado.
Tem-se negligenciado o delicioso Paladar do Pão da Vida (João 6:35) em troca de banquetes para arrecadar dinheiro, cafés beneficentes para sustentar obras já mortas, jantares onde se exalta os feitos e obras humanas com incansáveis fotos e apresentações, ao invés do sustento providencial diário de Cristo, que então simplesmente nos motiva a ofertar nossos recursos com alegria e não por medo ou constrangimento, ou pior, visando a recompensa.
Os olhos (Hebreus 12:2) não apreciam mais a obra da Cruz, e sim, as bênçãos terrenas e temporárias. O evangelho do arrependimento e do perdão dos pecados, da graça redentora, da misericórdia inconfundível não é mais pregado, e sim o “vã-gelho” das bênçãos conquistadas por esforços, doações exorbitantes e concorridas, ofertas em troca de futuras bênçãos, e o pensamento errôneo de “O que Ele pode fazer por mim agora?”.

Cristo é simplicidade, é a salvação pela morte na Cruz, é o bom pastor, o bom perfume, nossa fé e nosso pão da vida.
Sim. Ele cura, Ele liberta, Ele restaura, Ele abençoa, mas antes de tudo, ELE É SENHOR!!! E devemos reconhecer, confessar e entregar nossa vida completa a este Senhorio.

Paulo nos alerta a sermos perseverantes na simplicidade de Cristo, pois tenho certeza de que as ofertas de hoje são tentadoras, porém passageiras. Quando você tiver sua primeira decepção com pessoas, com bênçãos que não vierem, com sonhos que não se cumprirem ou com propósitos ou “promessas” em forma de “profetadas” (do tipo “Deus me disse”) que provavelmente não vão acontecer, quando a música bonita acabar, quando o templo de tijolo estiver vazio, quando as atividades religiosas te cansarem, o que será da tua fé???

A fé simples em Cristo é tocar o invisível. A esperança simples na eternidade é esperar o melhor de tudo que virá. O Amor simples de Cristo, é sem interesses, senão realmente não seria amor. O Amor dele é genuíno, a esperança brilhante e a fé perseverante.

Senhor, me livra da areia movediça da corrupção espiritual, e me coloca firme na rocha que és Tu, onde sei que devo perseverar. De onde, como Paulo nos exorta, não devemos nos apartar. E neste lugar que encontramos a verdadeira Paz e Alegria.

Paz dELE, a Rocha!

Escrito por Alexandre!