quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Espírito do Natal

Espírito de Natal Se você é muito ligado às tradições natalinas, recomendo que pare a leitura desse texto agora mesmo, caso contrário, você poderá estar um pouco contrariado ao terminar de lê-lo, e poderá ficar um pouco irritado comigo. Mas isso também não seria problema, pois com uma boa conversa, olho no olho, podem ser resolvidos muito problemas, e poderíamos acabar nos conhecendo melhor. Muito bem então, se você insiste em continuar, não posso fazer nada… hehehe! Eu as vezes posso parecer meio agressivo na forma de me expressar, então peço perdão antecipadamente se escrever algo aqui que possa magoar você! Tão certo como Jesus vive, não é essa a minha intenção!
Por muito tempo eu fui meio covardão quando se tratava de falar às pessoas o que eu realmente pensava, ainda mais quando eu sabia que isso iria de encontro ao que elas pensavam. Eu tinha medo de ser confrontado, tinha medo de perder meus amigos, tinha medo que as pessoas não gostassem mais de mim se as contrariasse. Mas se não posso dizer o que penso aos meus amigos, para quem mais poderei dizê-lo? Quem me aceitaria mesmo discordando de mim, senão eles? E tenho certeza de que esse problema não era apenas meu, mas também de muitas pessoas com quem convivemos diariamente. Isso é um saco, pois não podemos ser nós mesmos, e precisamos estar sempre nos moldando a um determinado grupo de pessoas. Acabamos por nos tornar um “camaleão”, ou então, não nos misturamos com ninguém. Isso acontece o tempo todo dentro das organizações religiosas. Pessoas discordam do que é ensinado, porém pouquíssimas tem coragem ou disposição suficientes para expor o que pensam! Menos ainda tem a disposição de pesquisar e se inteirar da verdade antes de expor seus pensamentos. E isso realmente é uma pena, pois dessa forma teremos poucas pessoas “pensantes” em nosso meio, e por isso tão pouca coisa muda.
Para o texto de hoje não poderei citar muitos textos bíblicos, mesmo porque não há nenhum que eu conheça que corrobore esse assunto. De qualquer maneira, tem alguns pensamentos que eu gostaria de compartilhar. Você nunca se perguntou porque nessa época do ano as pessoas ficam diferentes? Pessoas que talvez nunca lhe tenham dirigido a palavra, agora chegam até você com um sorriso largo no rosto, desejando “feliz natal”! É incrível como as pessoas mudam tão de repente! Tem que haver algo ou alguém por trás dessa mudança! Já vi muitas pessoas dizerem que o tal “espírito do natal” que é responsável por essa transformação. Mas que espírito mais seria esse? De onde ele vem? E qual é o seu real objetivo? Por quê o efeito que ele causa normalmente desaparece tão rapidamente, e na primeira semana de janeiro tudo volta ao normal? Também não encontro na Bíblia nenhuma referencia a esse espírito. Muitas pessoas poderiam dizer, como já tenho ouvido, que muitas outras coisas também não estão escritas na Bíblia, mas existem e fazem parte do nosso dia-a-dia. É claro que sim, mas essas coisas não podem guiar a minha vida espiritual! O que guia minha vida espiritual, se realmente sou filho de Deus, é o que está registrado na Bíblia, nada mais, nada menos!
E o que seria o “natal”, já que essa palavra, e nem mesmo outras que representem o real significado da comemoração, são encontradas na Bíblia? O natal nunca foi comemorado pela igreja primitiva, porque até então não existia. Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro de 0000! Por mais que estudiosos já tentaram confirmar a data para o nascimento de Jesus, as evidencias bíblicas e históricas sempre apontam para outras datas, anteriores ou posteriores, mas nunca nessa data ou próximo a ela. Você poderia me perguntar “Mas de que importa o dia? O que realmente importa é que Ele nasceu!”, e eu concordaria com você, em grau, gênero e numero! O que importa é que Ele nasceu, e o Seu nascimento possibilitou que com Sua morte e ressureição, Ele nos trouxesse vida! Aleluia!!!
Não tenho nada contra a comemoração do natal, afinal de contas não sou um fanático intolerante! Sei muito bem que muitas pessoas utilizam essa comemoração para reunir familiares e lhes falar do grande amor de Deus! E isso realmente é maravilhoso! O problema para mim é que essa data nunca foi comemorada pela Igreja até o quarto século, quando a igreja católica surgiu, aliada ao império romano de Constantino. Por isso que não há nenhum registro dela na Bíblia, pois ela não surgiu da Bíblia, e sim de um sincretismo religioso que a igreja católica vem alimentando ao longo dos séculos afim de conquistar novos adeptos. Foi isso que ocorreu com o surgimento do natal, quando a igreja católica utilizou uma data que já era comemorada por povos pagãos conquistados pelo império romano, e acrescentou a ela um novo motivo de comemoração: o nascimento do Salvador! Dessa forma, não seria necessário contrariar demais aqueles povos com a imposição da nova religião oficial do império, fazendo com que aceitassem o catolicismo mais facilmente e o fundissem com sua própria religião. Vemos um exemplo muito parecido hoje na umbanda, onde cada uma das entidades dessa religião representa um santo católico, de forma a tornar a religião aceitável aos católicos, ou seja quem for, que já esteja familiarizado com os tais santos.
O que quero dizer com tudo isso? Que todos devam parar de comemorar o natal? Não, eu não teria tanta pretensão! Como eu disse anteriormente, existem muitas pessoas que tiram bom proveito dessa comemoração, e mesmo porque não se convence as pessoas tão facilmente depois de uma vida inteira dentro de uma tradição religiosa. Sabe por que esses assuntos normalmente não são discutidos nos meios religiosos? Porque seria o mesmo que mexer num vespeiro! Ninguém gosta quando tem suas convicções contrariadas, principalmente quando essas convicções são herdadas de muitas gerações anteriores! Mas aí é que está um grande problema. São apenas tradições, e pior que isso, são tradições sem fundamento bíblico, e nós muitas vezes nos deixamos escravizar por elas. Precisamos cumprí-las todo ano a qualquer custo. Não é errado guardar as tradições, e Paulo incentiva a Igreja a guardá-las em II Ts 2:15. Mas essas tradições das quais Paulo fala estão muito bem fundamentadas na Palavra de Deus. É o ensino dos apóstolos! Quer ver o que Paulo fala mais sobre isso? Leia Gl 4:9-11: “Mas agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir? Guardais dias, e meses, e tempos, e anos. Receio de vós, que não haja trabalhado em vão para convosco.”. Nem mesmo as tradições judaicas do antigo testamento nós temos que cumprir, já que não somos judeus. Já vi muitas pessoas a cada ano reclamarem que o verdadeiro sentido do natal está se perdendo, sendo substituído pelo consumismo desvairado da nossa época, porém, se analisarmos essa comemoração a luz da Bíblia e não de tradições inventadas por homens, o sentido que se espera para ela realmente não existe!
Mas voltando a falar dele, o espírito do natal, esse sujeito até que faz algumas coisas  boas! Nessa época do ano muitas pessoas são mobilizadas em campanhas de solidariedade, através das quais muitas crianças carentes são assistidas. Pelo menos muitas delas recebem o tão esperado presente de natal, e em algumas vezes, até a família acaba sendo contemplada com uma bela cesta básica! Isso tudo é lindo! Não estou sendo sarcástico, não! Realmente é lindo, e apenas quem já ajudou alguém necessitado sabe como é maravilhosa a sensação de estar contribuindo para o bem estar do próximo. O que eu lamento profundamente, é que esse cara sai de cena durante o próximo ano inteiro, e parece que toda a bondade do coração das pessoas vai com ele. Novamente, não estou generalizando, sei que muitas pessoas ajudam o próximo de muitas formas o tempo todo. Pode me corrigir se eu estiver inventando ou falando bobagens, mas observe atentamente quando tiver oportunidade. Se nós não conseguimos ser os mesmos, com os mesmos bons propósitos durante os 360 dias restantes do ano, é porque há algo tremendamente errado em nosso coração! Se por apenas 5 dias do ano podemos demonstrar bondade e compaixão pelo próximo, então estamos sendo tomados por um espírito de hipocrisia! Me perdoe, mas é isso que parece! E o Espírito de Deus não é espírito de hipocrisia, mas Ele é o Espírito da Verdade (Jo 16:13). Se esse é o espírito que guia a nossa vida, então não preciso de uma data especial para demonstrar meu amor pelo próximo, mas todo dia será especial para isso.
Me perdoem se estou sendo chato e repetitivo nessa conversa de ajudar as pessoas, mas eu não consigo ver outra forma de demonstrar o amor de Deus que não seja ajudando! Se eu amo a Deus, então também amo ao meu próximo, uma coisa não existe sem a outra. E se eu amo ao meu próximo, então não posso ficar conivente com as suas necessidades.

Que o Deus vivo nos encha da Sua presença santa, para que possamos andar segundo os Seus bons propósitos, em nome de Jesus Cristo!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Mente Perseverante

Sem comentários... muito esclarecedor esse texto. Escrito pelo meu irmão amado! Encaixa direitinho no tema principal desse blog: simplicidade! Lá vai...

Referência Bíblica:
2 Coríntios 11: 3 “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo”

Queridos,
Este versículo acima chamou muito minha atenção nesta semana, e durante todo este tempo tenho pensando nele.
Tenho resistido, mas ao mesmo tempo, tenho criticado o sistema religioso moderno, porém o meu interesse não está no sistema e ficar criticando, e sim, alertar para que voltemos nossos olhos para Cristo, e na sua proposta simples de viver.
O que escrevi abaixo, vem apenas explanar o que no meu coração veio sobre o sentimento que Paulo teve quando escreveu o versículo acima. (Leia o versículo novamente antes de ler o que escrevi, e com amor, tire suas conclusões pessoais). Não é verdade absoluta o que escrevo, é apenas o que senti durante toda esta semana enquanto meditava na mente Viva e na mente Perseverante, que queria trazer para vocês.

Paulo estava temeroso com a igreja que se reunia em Coríntios. Acredito que deveríamos ter o mesmo temor. Este povo estava sendo enganado por falsos profetas porque os seus sentidos estavam corrompidos.
Infelizmente hoje o foco está tão direcionado para a ostentação dos templos de tijolos e a valorização da “minha vontade e dos meus interesses” que o habitar simples e puro do Senhor Jesus em templos espirituais está sendo negligenciado, porém o alerta de Paulo é que não nos apartemos da simplicidade que há em Cristo.

Os sentidos das pessoas estão corrompidos. Você concorda? Deixa eu tentar fazer um comparativo. Tem momentos que precisamos “exagerar” para sair da banalidade do que vivemos:

A voz do Bom Pastor (João 10:11) está sendo substituída pela eloqüência e “excelência” dos pastores modernos, que (sem generalizar) prometem benefícios e bênçãos sem pregar o verdadeiro e simples evangelho do arrependimento, mas sim para seus próprios interesses e deleite, pregando só o que lhes interessa ou o que a “tradição” manda.
O Cheiro do bom perfume de Cristo (2 Coríntios 2:14) está sendo trocado pelo fétido cheiro da hipocrisia, do orgulho, da inveja, dos julgamentos e do ódio que é promovido pela busca desenfreada de posições dentro da igreja, onde o cargo e a posição são mais importantes e atraentes do que a função de servo ensinada por Jesus.
Tocar e sentir as feridas de Cristo deixadas (João 20:27) pelos cravos (a abundante graça) não faz mais sentido. Antes o que se deseja tocar são os instrumentos brilhantes e reluzentes, os púlpitos de cristal, os microfones dourados, os dentes de ouro, ou tudo aquilo que pode ser exibido e ostentado.
Tem-se negligenciado o delicioso Paladar do Pão da Vida (João 6:35) em troca de banquetes para arrecadar dinheiro, cafés beneficentes para sustentar obras já mortas, jantares onde se exalta os feitos e obras humanas com incansáveis fotos e apresentações, ao invés do sustento providencial diário de Cristo, que então simplesmente nos motiva a ofertar nossos recursos com alegria e não por medo ou constrangimento, ou pior, visando a recompensa.
Os olhos (Hebreus 12:2) não apreciam mais a obra da Cruz, e sim, as bênçãos terrenas e temporárias. O evangelho do arrependimento e do perdão dos pecados, da graça redentora, da misericórdia inconfundível não é mais pregado, e sim o “vã-gelho” das bênçãos conquistadas por esforços, doações exorbitantes e concorridas, ofertas em troca de futuras bênçãos, e o pensamento errôneo de “O que Ele pode fazer por mim agora?”.

Cristo é simplicidade, é a salvação pela morte na Cruz, é o bom pastor, o bom perfume, nossa fé e nosso pão da vida.
Sim. Ele cura, Ele liberta, Ele restaura, Ele abençoa, mas antes de tudo, ELE É SENHOR!!! E devemos reconhecer, confessar e entregar nossa vida completa a este Senhorio.

Paulo nos alerta a sermos perseverantes na simplicidade de Cristo, pois tenho certeza de que as ofertas de hoje são tentadoras, porém passageiras. Quando você tiver sua primeira decepção com pessoas, com bênçãos que não vierem, com sonhos que não se cumprirem ou com propósitos ou “promessas” em forma de “profetadas” (do tipo “Deus me disse”) que provavelmente não vão acontecer, quando a música bonita acabar, quando o templo de tijolo estiver vazio, quando as atividades religiosas te cansarem, o que será da tua fé???

A fé simples em Cristo é tocar o invisível. A esperança simples na eternidade é esperar o melhor de tudo que virá. O Amor simples de Cristo, é sem interesses, senão realmente não seria amor. O Amor dele é genuíno, a esperança brilhante e a fé perseverante.

Senhor, me livra da areia movediça da corrupção espiritual, e me coloca firme na rocha que és Tu, onde sei que devo perseverar. De onde, como Paulo nos exorta, não devemos nos apartar. E neste lugar que encontramos a verdadeira Paz e Alegria.

Paz dELE, a Rocha!

Escrito por Alexandre!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O caminho

Fiquei muitos dias pensando em como escrever o que venho sentindo, mas sempre me faltam as palavras! É tão simples em minha mente e no meu coração, porém ao tentar passar isso para alguém, parece sempre algo tão complicado, portanto não esperem nada demais!
Há alguns dias (meses) atrás eu estava pensando no que pregar numa reunião em que batizamos alguns irmãos amados, preparei um tema, porém quando comecei a falar, veio novamente ao meu coração o desejo de falar do evangelho simples. Parece ser algo que já se enraizou em meu coração, e não irá desaparecer tão facilmente!
Muito bem, vamos lá então! Muitas vezes já me perguntei como devo viver, o que fazer e o que deixar de fazer para andar segundo o evangelho! E o próprio evangelho é a resposta para essas perguntas, quando ele mesmo é descrito como "caminho" três vezes no livro bíblico que nada mais é do que o relato do nascimento da Igreja de Cristo (Atos 19:9, 19:23 e 24:22). Na preocupação de querer andar na vontade do Senhor, muitas vezes esquecemos a simplicidade, e damos muitas voltas! Tentamos fazer do nosso jeito, ou do jeito que a religião ensina, tornando nossa jornada longa e penosa! Se o evangelho é chamado de caminho, por que simplesmente não andamos nele? Qual é a finalidade de um caminho, se não é para andar nele? Sabe qual é o problema? Não gostamos de coisas simples! Preferimos pensar que somos dignos de algo maior, muito mais complexo do que um simples caminho a percorrer! Preferimos algo muito bem definido, organizado e estruturado, algo que nos inspire confiança no amanhã, algo palpável. Gostamos de garantias! Uma organização religiosa bem estruturada pode nos oferecer isso, ao passo que pensar num simples caminho a percorrer (e muitas vezes pode parecer que sozinhos, mas isso é engano) pode nos proporcionar insegurança, pois não sabemos o que há depois da primeira curva desse caminho! Aí que está a maravilha que o Senhor quer fazer na nossa vida, pois Ele quer que a confiemos a Ele e não a uma organização, e logo depois da curva da incerteza, O encontraremos esperando de braços abertos para nos receber e nos levar pela mão!
Como nós fazemos para ir de nossa casa ao trabalho? Não vamos pelo caminho que nos leva até lá? Como fazer se precisamos ir à um lugar desconhecido? Oras, vamos pelo caminho que leva até ele!! Ah, mas se não conhecemos o caminho, se nunca andamos por ele? Então com certeza precisamos de um mapa, e torcemos que esse caminho seja bem sinalizado! E o que é mais seguro ainda que seguir as placas e um mapa? Com toda certeza, ter ao nosso lado alguém que conhece o caminho e o lugar pra onde vamos, torna tudo mais fácil!
Quando Deus nos chama, Ele põe diante de nós um caminho, Ele nos fornece um mapa, Ele nos deixa sinais, e melhor ainda, Ele nos dá um guia! Com toda essa ajuda, não há como errar o caminho! Apenas erramos, se somos teimosos (e realmente somos), e não seguimos a sinalização, nem damos ouvidos ao guia. O que é mais simples do que seguir um caminho, um passo após o outro? Com certeza dessa forma chegaremos ao nosso destino! O que é mais simples do que viver a vida um dia após o outro, vivendo apenas um dia por vez, sem as preocupações com o amanhã? Eu sei que é difícil não pensar no amanhã quando temos dívidas, problemas de saúde, depressão, negócios a realizar, filhos pra criar, uma igreja pra servir, entre tantas outras coisas que nos deixam ansiosos! Mas se realmente queremos viver uma vida maravilhosa, e sei que podemos, precisamos ouvir as palavras de Jesus, e viver segundo elas. Ele nos promete que "todas as outras coisas nos serão acrescentadas" (Mateus 6:33), se buscarmos em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, e quando Ele fala de todas as coisas, realmente são "todas" as coisas que precisamos pra viver maravilhosamente bem! E qual é esse caminho então? Em João 14:6, Jesus fala de si mesmo "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.". Eis o caminho por onde devemos andar, se realmente queremos chegar a Deus! Ele não nos oferece um atalho, mesmo porque não existe outro caminho, e atalhos levariam a perdição! Jesus não nos chama a andarmos segundo os costumes e ritos de uma religião! Jesus não nos oferece a salvação através de uma igreja! Ele nos chama a andarmos nEle! E apenas dessa forma estaremos na verdadeira Igreja, da qual Ele é o cabeça, pois nós não apenas estaremos na Igreja, mas seremos parte dela. Não quero falar contra nenhuma igreja, pois sei que dentro de cada uma delas existem muitas pessoas que amam ao Senhor mais do que a suas próprias vidas, mas quero falar que é perfeitamente possível, senão mais fácil, viver o verdadeiro evangelho sem estar dentro uma. Não quero me considerar o correto, julgando tudo e a todos, quando sei quem eu sou, e por isso sei que preciso do perdão de Deus mais do que qualquer um! Quero simplesmente ser livre para andar pelo Caminho, um passo após o outro, um dia após o outro, deixando pra trás o passado, vivendo apenas o presente (e realmente cada momento é um presente maravilhoso), e permitindo que o meu Senhor construa o meu futuro (e sei que Ele já o fez)!
Jesus é o caminho, o Espírito Santo é o guia, e a Palavra é o mapa!!! Se escolhermos andar em Jesus, então o Espírito Santo nos guiará a toda verdade, porque Ele é o Espírito da verdade, e conhece o Caminho melhor do que qualquer outro (João 16:13). Podemos ser guiados por homens, organizações, instituições, ou seja lá por quem for, e até andarmos muito bem, porém apenas andaremos no verdadeiro Caminho, se acima de todos estes, formos guiados por Aquele que foi designado para esse fim! É o mesmo guia que nos faz entender o mapa que precisamos para nos apontar o caminho! Quando buscamos entende-lo apenas com a nossa sabedoria, ou com a sabedoria de outro homem, cada um de nós acabará seguindo seu próprio caminho, porém, quando permitimos ser ensinados por Aquele que conhece tanto o Mapa, quanto o Caminho, então chegaremos juntos ao mesmo destino, que também é totalmente conhecido dEle.
Resta a nós que já andamos nesse caminho uma única tarefa: apontar o Caminho àqueles que estão perdidos! Não precisamos guiar essas pessoas pelo caminho, como pensamos por muito tempo, precisamos apenas apontá-lo à elas! Caso contrário nos tornaremos donos de suas vidas, e tentaremos fazer o trabalho que já está designado ao guia denominado acima. Tudo que precisamos fazer é esticar nosso braço, e com nosso indicador, apontar para JESUS!

Que a Paz de Deus que excede todo entendimento esteja com você durante a caminhada!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Filhos

filhosQual é o motivo da minha existência? Para que finalidade Deus me criou? Eu já me perguntei isso algumas vezes. Por que um Deus todo-poderoso, auto-suficiente, que a Si mesmo denomina “EU SOU O QUE SOU”, daria vida a uma criatura tão insignificante, quando comparada a Ele, ou até mesmo a outros homens? Podemos buscar respostas em muitos lugares, mas basta que voltemos ao inicio, quando Deus criou o homem, Adão, e de que forma eles se relacionavam! Opa, aqui está uma palavra que preenche uma lacuna enorme na busca de um sentido para nossa existência: Relacionamento! Isso mesmo, Deus criou o homem para manter com ele um relacionamento! Humanamente pensando, nossa vida prospera apenas quando nos relacionamos bem com as pessoas certas. Pensando em algo mais importante que apenas nosso lado humano, podemos chegar à mesma conclusão! Agora, se quisermos falar desse assunto, precisamos nos perguntar qual é o relacionamento mais simples e mais natural que conhecemos? Ainda lembro de alguns momentos de minha infância com o meu pai! Lembro de quando eu sentava no seu colo ao lado do fogão a lenha nas manhãs de inverno, enquanto ele tomava o seu chimarrão matinal. O simples fato de estar perto dele fazia eu me sentir importante, e eu adorava estar ali! Eu era amado, e não havia feito nada para merecer esse amor!!!
Mas por mais que eu possa lembrar da minha infância, nada fala mais alto em minhas lembranças do que o meu relacionamento com os meus filhos! Eu posso afirmar com convicção, que uma pessoa apenas entende o real sentido do amor de um pai, quando se torna um. Lembro de meus filhos quando nasceram, com aquela “carinha de joelho”, toda enrugada, feinha (se alguma mãe ler isso, vai me xingar com todas as palavras que lhe vierem na mente, porém não me importo, porque as crianças quando nascem, no primeiro dia são feinhas mesmo… hehehe), porém quando pus meus olhos neles, eu os amei profundamente desde o primeiro momento! O que eles fizeram para que eu os amasse tanto assim? Eles simplesmente nasceram! E pra falar a verdade, eu já os amava antes, quando ainda estavam na barriga da minha esposa, apesar de ter sido muito tosco, não sabendo demonstrar isso da maneira apropriada.
Se eu, homem cheio de defeitos e fraquezas sou capaz de amar meus filhos incondicionalmente, que falar de um Pai perfeito? Da mesma forma que meus filhos não precisaram mover uma palha para que eu os amasse, também eu nada preciso fazer para ser amado por Deus! Quantas vezes me perguntei o que eu podia fazer para ser amado por Deus? Quantas pessoas vivem se perguntando isso, e inventando uma infinidade de modelos perfeitos para agradar a Deus? Basta olhar para a variedade de costumes e tradições existentes nas organizações religiosas, onde cada uma delas tem uma característica que as identifica. Mas aí quando nos deparamos com a Palavra do próprio Deus, vemos que tudo isso é perda de tempo, porque Ele nos chama de FILHOS, e nos diz que nada pode nos separar do Seu amor (Rm 8:38-39). Ou seja, faça eu o que fizer, o Deus da Bíblia me diz que eu sou amado por Ele. E não há nada que eu faça ou deixe de fazer que poderá mudar isso! Isso porém não indica que Ele seja tolo e não faça justiça, quando eu deliberadamente escolho ignorar esse amor e fazer apenas a minha vontade! Mas quando a Sua justiça é aplicada, isso ocorre porque eu escolhi viver longe dos Seus cuidados, não porque Ele tenha deixado de me amar (II Pe 2:1-22).
Eu poderia citar muitos textos bíblicos para fundamentar esse pensamento, para que não pareça ser apenas mais uma idéia maluca da minha cabeça, porém vou citar apenas alguns, onde Deus deixa muitíssimo claro que nos criou com um único propósito: de sermos Seus FILHOS! Podemos começar com o texto de Gl 4:4-7: “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!. De sorte que já não és mais escravo, porém filho; e, sendo filho, também herdeiro por Deus.”. Eu não precisaria dizer mais nada além desse texto, pois ele é muito claro e fala por si só. O que posso dizer mais? Não é hora de assumirmos de vez essa condição maravilhosa para a qual o Pai nos criou, e deixar de lado todas as idéias que nos foram ensinadas? Se sofremos, é porque vivemos num mundo caído que escolheu o pecado, e isso nunca foi escolha de Deus. Também não somos um mero capricho da natureza, como muitos preferem pensar, ou melhor acreditar no que alguns doidos de renome disseram. A natureza por si só jamais poderia ser tão inteligente!
Sim, através de Jesus Cristo, eu também sou filho de Deus! Jesus veio restaurar esse relacionamento que foi perdido lá no inicio, e eu já posso me achegar ao Pai como eu o fazia com o seu Jerônimo, meu papaizinho, quando eu era criança!!! Eu não quero mais viver de outra forma, que não seja como filho de Deus. O véu foi rasgado, e tenho livre acesso ao Pai através de Jesus, então porque eu deveria ficar me lamentando quando algumas coisas não dão certo? O fato de eu ser filho de Deus não me livra de viver num mundo que escolheu criar suas próprias regras, e viver por elas. Mas sim, me da a certeza de que apesar de qualquer circunstancia, Ele está comigo e jamais me abandonará, até que enfim chegará o dia em que eu poderei estar em Ele! E sinceramente, espero ansioso por esse dia!
Em Mc 14:36, Jesus nos ensina uma palavrinha que o próprio povo de Israel já havia esquecido de usar para se referir ao seu Deus, e no texto citado no paragrafo anterior, Paulo reforça o uso dela. “Aba” era a palavra hebraica que os filhos usavam para se dirigir ao seu pai, e teria um significado parecido com “papaizinho” em nossa língua. Quem é pai sabe como é delicioso ouvir um filho nos chamando de “papaizinho”. Eu mesmo fico babando, e se eles soubessem o efeito que causa em mim, viveriam me chamando assim sempre que viessem me pedir alguma coisa (tomara que eles demorem pra ler isso, porque senão estou ferrado… hehehe). É dessa forma que Jesus se dirigiu ao Pai, e é dessa forma que o Espírito que Deus enviou ao nosso coração clama: “Aba, Pai!”. É dessa forma que quero me dirigir ao meu Pai, não com formalidades, não com religiosidade, não com liturgias, mas com a simplicidade de uma criança que se dirige ao seu papai. Paulo fala ainda em Gl 3:26: “Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus;”, então se minha fé realmente está em Jesus Cristo, já não restam dúvidas quanto a minha filiação. Também não posso deixar de citar Rm 8:14-17 e Jo 1:12-13, textos que falam desse assunto de forma muito esclarecedora. Poderia falar ainda muito mais, pois não faltam palavras, mas é preferível que você busque toda informação necessária para sua vida espiritual na verdadeira fonte, a Palavra de Deus. Quer um conselho proveitoso? Tome um propósito de ler todo o Novo Testamento, e quando terminar, leia novamente! Começe hoje, leia um capítulo por dia se não tiver tempo para mais.

Como diz a letra de uma música que tenho ouvido muito nos últimos dias, “impressionante é o Seu amor!”. Impressionante também o quanto resistimos a Ele, impedindo-O de transformar nossa vida medíocre na vida maravilhosa para a qual Ele nos criou! Eu não quero mais resistir, chega das minhas vontades! Senhor, faz a tua vontade na minha vida, independente do quanto isso irá doer, porque sei que ao terminar, eu estarei um pouco mais parecido contigo! Esse é o sonho da minha vida! Amém!

sábado, 16 de maio de 2009

A fé sem obras é morta!

Aos amados que lerem esse texto, Paz e Graça da parte de nosso Senhor Jesus Cristo! Há muito tempo que a passagem de Tg 2:14-18 tem me chamado a atenção e feito com que o meu coraçao se debatesse impaciente em meu peito. Como tenho feito em outros textos que escrevi, quero novamente deixar claro que o que estou escrevendo aqui é o entendimento que eu tenho daquilo que tenho lido na Palavra de Deus, ou seja, não fui inluenciado por nada mais que a Bíblia, mas também não tenho a menor intenção de afirmar que todos devam crer dessa forma.
Pois bem, a passagem bíblica acima citada pode muitas vezes colocar a nossa fé em contradição. Para aqueles que afirmam que basta que confessemos a nossa fé no Senhor Jesus para que sejamos salvos, essa passagem pode vir a ser uma verdadeira "pedra no sapato", e assim muitas vezes é deixada de lado, bem quietinha, para não levantar questionamentos. Podemos até mesmo nos desculpar com Rm 10:9 ("Se com tua boca confessares Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressucitou dentre os mortos, serás salvo"). Mas como já dizia aquele velho ditado evangélico, "Texto fora do contexto é pretexto para heresia!". É muito fácil ser cristão (leia-se evangélico) e ficar escondido em nossa tóca entre uma reunião e outra. É muito fácil falar do amor de Deus às pessoas e não se envolver em seus problemas pessoais e familiares! Tiago chama a nossa atenção como cristãos, para que olhemos para a nossa vida e analisemos que obras que a nossa fé tem produzido! Nem de longe penso em afirmar que precisemos de obras para nossa salvação! Isso é afirmação da doutrina espírita. Nossa salvação, segundo a Palavra de Deus, foi conquistada pelo Senhor Jesus na cruz,  e basta realmente que creiamos nisso (Ef 2:9, Gl 2:16, 3:10)! O que quero afirmar, é que se a nossa fé em Cristo é verdadeira, ela precisa produzir em nós obras visíveis aos olhos humanos! Poderíamos até tentar justificar que Tiago estaria falando da grande obra que a fé produz em nós internamente, mas nem isso podemos, pois ele fala claramente de roupas, alimentos e abrigos! 
Volto a afirmar com convicção que a forma que hoje a maioria de nós estamos vivendo a Igreja de Cristo está muito distante do sonho de Deus. Basta que nos voltemos para a Palavra olhemos para a Igreja primitiva. Falamos muito em impactar a nossa cidade, e tenho certeza de que é o desejo sincero de muitos, mas não vejo como impactar uma cidade, um bairro, uma rua, ou uma casa, sem que algo concreto e palpável seja feito nesse meio! Gestos falam muito mais do que palavras! As obras mostram muito mais do que o falar! O Senhor Jesus já afirmava que pelos frutos que os homens seriam conhecidos! Queremos que o amor de Cristo seja reconhecido em nossa cidade e transforme vidas? Mostremos o que Ele fez em nós, oras! Como? Através do amor! Mas como??? Não existem necessitados em nossa cidade? Pobres, órfãos, viúvas, doentes, desempregados, viciados, e tantos outros? Tanta gente tão ocupada em provar que está na religião verdadeira, defendendo suas doutrinas, dogmas e preceitos, que esquecem de olhar na Palavra de Deus o que identifica a verdadeira religião: Tg 1:27 ("A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo."
Como podemos fazer com que e Igreja seja imprescindível em nossa cidade? Como que as pessoas sentiriam falta se ela deixasse de existir? Seria através de um templo imponente e lindo, contruído bem no centro para que todos vejam? Ou será que seria trazendo melhorias para a vida das pessoas? Essa conversa pode soar um pouco idealista ou política, mas podem ter certeza que o meu único ideal é o Evangelho de Cristo, porque sei que é poder de Deus para salvação de todo aquele que crê! Como posso insistir em pregar para uma pessoa todas as semanas e ficar em paz, sabendo que quando ela sair da reunião voltará novamente para os mesmos problemas de antes e nada muda? Sei muito bem que aquilo que realmente importa é que essas pessoas cheguem a salvação, e que no mundo passaremos por aflições! A minha esperança em Cristo não está nas coisas deste mundo, mas creio que o Reino de Deus começa aqui, no exato momento em que Jesus passa a habitar em nossos corações! Mas isso não pode ser pra mim motivo de conformismo para aceitar a desgraça nas vidas das pessoas e ficar de braços cruzados esperando que o tempo resolva! Também não creio na teologia da prosperidade, mas creio a nossa fé pode nos impulsionar a fazer muito mais pela nosso próximo! 
Creio que esteja mais do que na hora de pensarmos em alguma estratégia para colocar nossa fé em prática! Para onde estão sendo enviadas nossas ofertas? Será que vão para os cofres de alguma instituição? Para os bolsos de algum dirigente? Será que esse dinheiro não poderia ser usado para ajudar os necessitados? Será que não existem coisas que podemos abrir mão em função de alguma necessidade básica de um irmão? Seria muito complicado reunirmos esforços para ajudar um irmão sair das dívidas? Ah, graças a Deus eu já passei por isso! Há uns anos atrás eu estava endividado, e alguns irmãos preciosos dos quais não esquecerei tão cedo, me ajudaram dando-me dinheiro! Muitas pessoas se encandalizam só de pensar em dar dinheiro para alguém, mas abrem suas carteiras e dão ofertas gordas para sua igreja quando o pastor levanta uma oferta num culto para melhorar alguma coisa na estrutura da igreja. É muito mais fácil jogar o dinheiro na caixinha da oferta do que precisar olhar nos olhos daqueles que precisam dele, pois assim não gera nenhum comprimisso maior. Chegamos a afirmar que "fizemos a nossa parte", e que não é culpa nossa se o dinheiro é usado de forma errada! Quando olhamos nos olhos do necessitado o nosso coração é quebrantado, e quando voltamos pra nossa casa ficamos pensando se aquela pessoa não precisa de mais alguma coisa! Uma outra coisa muito triste é quando aparece um irmão necessitado na igreja e o pastor o chama para orar com ele. Naquele momento a igreja pode fazer mais do que orar!  A oração é nossa principal arma, mas quando nós podemos fazer alguma coisa, porque devemos jogar a responsabilidade para Deus?
Quero encerrar citando a passagem de Gl 6:10 que diz "Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé". Paulo fala ainda em Ef 2:10 que nós fomos criados para toda boa obra e que devemos andar nelas. Nós, como verdadeiros filhos de Deus, devemos apresentar ao mundo obras dignas da nossa fé, caso contrário tudo que dizemos ser não passa de conversa fiada! 

Que o Senhor produza em nós obras dignas de verdadeiro homens de Deus, em nome de Jesus!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Dízimo

Depois de muito relutar, quero me posicionar sobre esse assunto, que por sinal, é muito controverso. Quero deixar claro que não escrevo para contrariar ou favorecer a prática do dízimo nas igrejas, mas sim para registrar o meu entendimento desse assunto a partir daquilo que tenho lido na Palavra de Deus. Para início de conversa, o dízimo é algo instituído por Deus para o Seu povo, isso não pode ser contestado, apesar de Abraão ter dado o dízimo a Melquisedeque por livre e espontânea vontade (Gn 14:20), e apenas alguns séculos depois que vemos Deus instituindo o dízimo como uma lei para o povo de Israel. O objetivo inicial do dízimo (a idéia vinda de Deus), foi de dar sustento aos levitas, que não tinham nenhum ofício senão de manter o serviço do templo, e portanto não tinham salário.
Também foi ainda com Abraão, que Deus instituiu a circuncisão como um ritual que deveria ser cumprido por cada um daqueles homens que faziam parte do Seu povo (Gn 17:10), e novamente, apenas alguns séculos depois que a ela passou a ser uma lei para o povo de Israel, lá no meio do deserto, quando Deus ditou as leis para Moisés. A mesma coisa ocorreu com o sábado ou sétimo dia, que ficou estabelecido por Deus como o dia de descanso desde a criação (Gn 2:2), mas foi estabelecido como lei apenas quando Moisés recebeu de Deus todo o conjunto de leis. Além dessas leis, várias outras foram estabelecidas por Deus para o Seu povo através de Moisés. Não convém citar todas, mas para dar o entendimento correto será necessário citar algumas delas, como a alimentação e a pena para o adultério, por exemplo.
Se perguntarmos para qualquer pessoa que defende a prática do dízimo, qual é o fundamento bíblico para isso, ela irá recorrer rapidamente para Ml 3:8-12, onde Deus cobra do povo de Israel o cumprimento desse mandamento, e promete abençoá-lo ricamente se o cumprirem. Estou eu negando essa passagem bíblica? De jeito nenhum! Não seria tolo de negar ou rejeitar a Palavra de Deus! Mas o que quero dizer então? Quero dizer que essa passagem trata de uma lei que se encontra no antigo testamento, e assim como todas as outras leis, se refere ao povo de Israel, que tinha como religião o judaísmo. Quero dizer que essa lei era absurda? De forma alguma! Tudo que é criado por Deus é perfeito e tem um fim proveitoso, como essa lei foi no seu devido tempo. Por que no seu devido tempo? Porque a era da lei terminou, e agora nos encontramos na era da graça, onde não pesa mais sobre nós o jugo da lei de Moisés! A nossa religião é o cristianismo e não o judaísmo, e todo esse conjunto de leis pertence ao judaísmo, leis essas que foram cumpridas definitivamente por nosso Senhor Jesus Cristo (Rm 10:4).
Pense comigo: por que dentre todas as leis do judaísmo, apenas o dízimo foi trazido para o cristianismo? Por que cristãos não praticam mais a circuncisão, se foi uma ordem de Deus para o seu povo (Gn 17:11)? Por que cristãos não guardam o sábado, se em todo o antigo testamento é condenada veementemente a violação do sábado (ver Deuteronômio, Isaías, Ezequiel)? Por que cristãos comem carne de porco, se Deus condena os que o fazem, e afirma que estes serão consumidos (Dt14:8, Is 65:4, Is 66:17)? Por que as mulheres apanhadas em adultério não são mais apedrejadas? Todos que lerem esse texto e não guardam essas leis irão afirmar que não o fazem porque elas não são mais para os nossos dias, porque Jesus cumpriu todas! Muito bem, então por que apenas uma delas continuaria vigente? Assim, deduzo que há certa incoerência no que diz respeito ao tratamento desse assunto. Ou então, o que é pior, o dízimo foi mantido no cristianismo por interesses financeiros! Posso estar enganado, e se for o caso, quem ler isso me perdoe, por favor!
Sei muito bem que para manter a estrutura de uma igreja de médio porte é necessário muito dinheiro. E não vejo erro nenhum na atitude de cristãos que desejam contribuir para o sustento de seus pastores, para a obra missionária, para alimentar os pobres ou para a manutenção de suas igrejas. Pelo contrário, acho isso uma atitude louvável! O pastor precisa comer, morar, vestir, se locomover, seus filhos precisam estudar, entre outras coisas. Se desejam contribuir religiosamente com os 10% correspondentes ao que seria o dízimo no antigo testamento, que seja, se puderem contribuir com mais que isso, melhor ainda! O que não consigo fundamentar na Bíblia, é que o dízimo seja instituído como lei dentro de uma igreja, à qual os membros sejam obrigados a se submeter, sendo considerados em pecado ou até mesmo discriminados aqueles que não se submetem. Em nenhuma passagem do novo testamento pode ser encontrada qualquer menção de que alguma das leis do antigo testamento deva ser cumprida por aqueles que professam a fé no Senhor Jesus. Inclusive esse assunto foi motivo de uma grande discussão entre Paulo e Pedro, quando Pedro e os outros apóstolos tentavam exigir que os gentios convertidos ao evangelho de Cristo cumprissem as leis do judaísmo.
Quem nunca ouviu de casos onde pastores (ou seja lá o título que quiseram dar a si mesmos) enriqueceram, ou vivem uma vida de luxo as custas dos dízimos e ofertas de membros de suas igrejas? Quem nunca ouviu falar de pessoas desse tipo que aumentaram seus patrimônios consideravelmente após anos de arrecadação de dízimos e ofertas? É claro que não podemos generalizar, pois existem muitos que são verdadeiros homens de Deus! Mas não se enganem aqueles que pensam irão conseguir o favor de Deus através do dízimo ou das ofertas. Quando pensamos em cumprir as leis para ganhar o favor de Deus, Ele nos diz “Misericórdia quero e não holocaustos” (Mt 12:7). Se a prática do dízimo fosse uma ordem de Deus para a Igreja, então por que os apóstolos não ensinaram isso à igreja primitiva? Na verdade os primeiros cristãos davam muito mais do que o dízimo, pois eles vendiam suas propriedades e depositavam todo o valor aos pés dos apóstolos, e então passavam a viver em comunidade com os outros cristãos. Quando Jesus se refere ao dízimo, o faz com a intenção de repreender os fariseus que o davam referente a tudo o que tinham, mas desprezavam o que era mais importante, como amar ao próximo (Mt 23:23).
Alguns poderão dizer: “Nós guardamos o sábado, não comemos carne de porco e somos dizimistas!”. Muito bem, quem quiser viver o seu cristianismo assim, que o viva e seja feliz. Mas não condene aqueles que não querem viver dessa forma, e preferem a liberdade de Cristo ao invés da escravidão da lei! Além do mais, aqueles que pensam em se justificar diante de Deus através do cumprimento de leis, estão afirmando explicitamente que o sacrifício de Jesus não é suficiente para os justificar. E todo o outro conjunto de leis que Moisés recebeu de Deus? Tiago nos ensina que se apenas uma delas não for cumprida, de nada adianta cumprir todas as outras (Tg 2:10). Outros poderão dizer que dão o dízimo porque este já existia muito antes da lei, e dessa forma não seria destinado apenas para o povo judeu. Porém, quem escolher assim proceder precisa estar ciente de que a circuncisão e o sábado também são anteriores à lei, e não há nenhuma indicação no novo testamento de que devam ser guardados pelos cristãos. Os testemunhas de Jeová afirmam que quando Malaquias fala dos dízimos, estaria se referindo à coisas espirituais, mas podemos facilmente compreender que isso é incoerente porque se damos a Deus apenas 10% das coisas espirituais, pra quem daremos os outros 90%?
Já li estudos sobre esse assunto onde o escritor fundamenta o dízimo no novo testamento baseado no texto de I Co 16:1-2, onde Paulo indica o procedimento correto para a coleta de dinheiro na igreja de Corinto. A primeira vista o estudo é muito coerente, sendo que Paulo orienta que a coleta deva ser feita do primeiro dia da semana, ou seja, no domingo (os cristãos primitivos não guardavam o sábado como muitos ainda insistem), e que deveria ser de acordo com a prosperidade de cada um, o que poderia indicar um determinado percentual. Porém, analisando os textos bíblicos podemos observar que essa coleta tinha um fim específico determinado por Paulo, ou seja, era destinada aos santos da Judéia que estavam necessitados devido à fome que havia se abatido sobre aquela região, fato esse que já havia sido profetizado por Ágabo em At 11:27-30. E é muito coerente que a oferta fosse de acordo com a prosperidade de cada um, pois não tem sentido um pobre dar mil e um rico dar dez. Ainda em Rm 15:26, Paulo fala sobre uma coleta que foi necessária em benefício dos pobres dentre os santos de Jerusalém. Mas em nenhum momento isso é colocado como uma lei a ser cumprida no mesmo rigor das leis do povo judeu!
Volto a afirmar que não estou condenando a prática das ofertas espontâneas na igreja, pois o Senhor Jesus as incentivou, como no caso da viúva pobre (Lc 21:1-4)! Como falei acima, sei muito bem que a igreja precisa de dinheiro para sua manutenção, como qualquer outra estrutura. Por isso estou bem convencido de que o modelo da Igreja de Cristo não é o mesmo que a grande maioria dos cristãos segue em nossos dias. Estão todos errados? Não, se é pregado e vivido o evangelho de Jesus Cristo. Existe apenas uma Igreja perfeita, aquela que é o sonho de Deus, a qual é formada por cristãos das mais variadas denominações e não tem placa e nem paredes, cujo Pastor é o próprio Senhor Jesus! Eu sonho ainda em viver essa igreja no meio de pessoas que tenham essa mesma sensibilidade de Paulo. Até hoje, uma única vez vi uma igreja levantar uma coleta para beneficiar uma família pobre. Se os cristãos tivessem essa sensibilidade, não haveria um único cristão verdadeiro que fosse pobre, a ponto de não ter onde morar ou o que comer e vestir. Vejo tantos cristãos entrando em discussões com descrentes e ateus, tentando provar através pelo seu conhecimento que o cristianismo é a religião verdadeira, mas quase nenhum deles é convencido de nada, porque tudo que se vê no meio evangélico são pessoas divididas defendendo suas doutrinas e dogmas, quando na verdade a manifestação do amor de Cristo é muito pouco vista! Do que os descrentes poderiam falar se vissem os evangélicos praticando as boas obras ensinadas por Jesus? Ficariam admirados, e se falassem seria calunioso, e quão honroso é ser caluniado por causa do nome de Jesus!
Portanto, quem quiser praticar o dízimo, é livre para fazê-lo, por amor aos irmãos necessitados que serão beneficiados com a sua boa vontade! Por amor das almas perdidas que serão alcançadas pelos missionários que são sustentados através desse dinheiro. Da mesma forma, quem quiser ofertar espontaneamente em favor dos que necessitam também é livre para fazê-lo, mas nunca como o cumprimento de uma lei, e sim como cumprimento do mandamento do Senhor Jesus, que nos ensina a amar o próximo como a nós mesmos!

Que o Deus da Paz nos livre de todo mal, em nome de Jesus Cristo!

terça-feira, 31 de março de 2009

Vinho novo, odres novos

Outro dia conversando com meu irmão amado, discutíamos sobre igrejas e como nos decepcionamos com o que acontece dentro de muitas delas. E não estou citando nome de uma ou de outra, e também não estou generalizando, porque sabemos existir muitas pessoas verdadeiramente comprometidas com o Senhor. Jamais passou pela minha cabeça me considerar melhor do que alguém, muito pelo contrário, sei muito bem quem eu sou. Então não é com arrogancia que escrevo essas coisas, mas com o desejo sincero de chamar quantos eu puder de volta ao evangelho simples, começando por mim.
Voltando ao assunto, no dia dessa conversa, ao embarcar no carro para ir pra casa almoçar, surgiu um pensamento muito forte em minha mente. Não estou afirmando que era Deus falando comigo, mas também não posso descartar essa idéia, pois vivo pedindo a Ele que fale. Esse pensamento era bem claro, e em resumo, dizia o seguinte: "Não se pode aproveitar nada daquilo que está podre!". Aquele pensamento me incomodou porque me imaginei preparando uma torta de maçã usando ingredientes da melhor qualidade. O leite, o trigo, a manteiga, o fermento, o açucar, o sal (não sei fazer uma torta de maçã, então não sei que ingredientes que devem ser usados), enfim, todos esses ingredientes eram da melhor qualidade possível. Porém, o ingrediente mais importante, a maçã, afinal de contas é uma torta de maçã, essa estava podre. Depois de pronta a torta, nada podia ser aproveitado, porque ela tinha gosto de podre!!!!
O que isso significa? Para quem ler esse texto e não souber das circunstancias pelas quais estamos passando, pode não siginificar nada, mas aqueles que me conhecem entenderão! O que significa é que se estamos vivendo em um meio podre, não adianta lutar pra tentar corrigir esse meio, pois ele está podre, e daquilo que está podre nada pode ser aproveitado. Ainda pior, tudo aquilo que é investido nesse meio é disperdiçado, porque acaba misturado com a podridão. Quero deixar muito claro que não estou falando de pessoas, pois todo o investimento que fazemos nas pessoas tem proveito sim. Se não acreditasse nisso, não pregaria o evangelho, pois acredito de todo meu coração que o evangelho é poder de Deus, que transforma o coração daquele que crê!
Jesus falou em Mt 9:16-17 que "Ninguém deita remendo de pano novo em roupa velha, porque semelhante remendo rompe a roupa, e faz-se maior a rotura. Nem se deita vinho novo em odres velhos; aliás rompem-se os odres, e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam". Essa passagem confirmou aquele pensamento, por isso creio mesmo que ele seja de Deus. Não saí a procurar na Palavra pela confirmação, nem mesmo lembrei dessa passagem. Ela veio através de um irmão quando contei a ele aquilo que eu pensava. Jesus quer nos alertar a não tentar consertar o odres velhos. O vinho novo que Ele vai derramar precisa de odres novos, ou seja, Ele não vai derramá-lo no meio da podridão! Se insistirmos nos odres velhos, eles se romperão e todo o vinho será desperdiçado! Também não deve se pôr remendo novo numa roupa velha, porque ela se rasgará, o buraco ficará maior ainda e o remendo também será desperdiçado! Oras, se já não vi isso acontecer em nosso meio! Alguns já tentaram remendar uma instituição rota, e acabaram criando um buraco enorme nela. Lutero tentou isso na igreja católica e deixou um buraco nela. E agora, novamente! Será que a analogia da torta de maçã diz algo coerente, ou será que sou um louco rebelde? Que o Senhor tenha misericórdia da minha vida se estou sendo injusto!
É tempo de buscar odres novos para que o Senhor Jesus, que tem vinho novo em abundância para derramar, possa derramá-lo abundantemente no meio em que estivermos. O Senhor é recompensador daqueles que o buscam!! Ele não abandonará aqueles que querem fazer a Sua vontade, em detrimento de vontade de homens! Aleluia!!! Sei que Ele tem muito a derramar, por isso quero ser um odre novo!

Que a graça do Senhor Jesus, que nos livrou da morte e do pecado, seja abundante na tua vida. Amém!

terça-feira, 24 de março de 2009

A Verdade que liberta II

Liberdade não é apenas fazer aquilo que queremos, mas aquilo que sabemos que precisa ser feito!! Liberdade é não precisar olhar sobre os ombros pra me certificar de que alguém viu o que fiz e me julgue por isso! Liberdade é poder andar na luz sem medo de que vejam o que estou fazendo. Quem não vive em liberdade precisa constantemente se esconder para que suas obras não sejam vistas, e assim o condenem. Jesus falou isso em João 3:21, afirmando que aqueles que não andam na verdade precisam se esgueirar pelas sombras para que suas obras não sejam manifestas.
Eu não posso viver desse jeito, não posso temer o que os outros vão dizer ou pensar. Não posso deixar de fazer o que precisa ser feito porque sou escravo de homens! Eu preciso fazer a vontade do meu Senhor, e eu a compreendi de forma muito clara! Se estou num lugar onde não posso fazer a vontade do meu Senhor, então estou sendo escravo, e não sirvo a Ele, mas à homens. Se meu Senhor me manda e eu não faço, estou desobedecendo a Ele e me acorvadando, e Ele chamará outro que o faça, e eu não posso deixar que isso aconteça! É muito vergonhoso para mim ver alguém fazendo aquilo que eu deveria ter feito. É assim no meu trabalho, e é assim na obra do Senhor. Quero ser achado "servo bom e fiél", que cumpriu com aquilo que foi determinado pelo meu Senhor.
Quando Pedro e os outros discípulos passaram por uma situação onde foram proibídos pelas autoridades religiosas de pregar o evangelho, e mesmo correndo o risco de serem novamente presos ou até mesmo mortos, afirmaram diante de todos que, "Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens" (Atos 5:29). Esses homens haviam sido libertados de sua escravidão por aquele que veio pra libertar os cativos e dar vista aos cegos, Jesus Cristo!!! Por isso não temiam mais aqueles que podiam até mesmo matar o corpo, mas não podiam nada mais que isso, sendo que o Senhor Jesus tem poder até mesmo para vencer a morte (Mt 10:26). Paulo nos diz que o Senhor não nos deu espírito de covardia, mas de poder, amor e moderação (II Tm 1:7), e se esse Espírito habita mesmo em mim eu tenho que crer que Deus vai fazer obra tremenda em mim e através de mim quando eu abro mão daquilo que para mim parace ser alguma coisa, e passo a considerar a vontade do meu Senhor. Mesmo quando tudo e todos indicam que é mais vantajoso para mim obedecer aos homens e usufruir daquilo que eles podem me oferecer. Oras, se tenho a audácia de afirmar que Jesus é tudo pra mim, tenho que ter a coragem de pagar o preço por isso!
Muitos podem dizer que é rebeldia desobedecer os estatutos e dogmas de uma instituição religiosa quando ainda fazemos parte dela, e quando esses estatutos e dogmas são firmemente fundamentados na Palavra de Deus, eu concordo plenamente. Agora, quando tudo isso não passa de tradição de homens, que preferem continuar na prática de obras mortas do que viver na prática da Palavra viva, eu não consigo mais me submeter as regras dessa instituição. Sou fundamentalista, sim! Sou extremista, sim! Sou radical, sim! Sou fanático? Sim, sim, sim e sim! Sou todas essas coisas, mas pelo Senhor Jesus e Seu evangelho e não por idéias de homens!!! Sim, não abro mão de viver de acordo com esse evangelho!!! Pessoas religiosas irão se escandalizar, fracos na fé irão balançar, mas aqueles que realmente querem se submeter ao senhorio de Jesus irão adiante de cabeça erguida vivendo a verdadeira liberdade. Uma coisa é ser desobediente a autoridades que andam segundo a vontade do Senhor, as quais realmente devem ser obedecidas e seguidas. Uma coisa é ter líderes que se importam com as pessoas mais do que consigo mesmos, o que é função de um verdadeiro líder (o pastor dá a vida pela sua ovelha). Outra coisa é estar liderado por pessoas que dão mais importância às leis de uma denominação religiosa criada por homens, do que à a Palavra de Deus. Outra coisa é estar liderado por pessoas que preferem passar suas semanas indo a comemorações do que visitando suas ovelhas doentes! Outra coisa ainda é ver o descaso pela vida das pessoas que parecem não ter nenhuma importância.
Preciso escrever isso pra mostrar que precisamos ser livres desse tipo de coisa! Precisamos ser livres desse tipo de líderes. Precisamos ser livres das grades e algemas da hipocrisia. Precisamos buscar a essência do evangelho e vivê-la intensamente, para que não fiquemos endurecidos pela nossa revolta em situações como essa! Oras, se Jesus me fez livre para que eu pudesse fazer a Sua vontade, homem nenhum irá me escravizar novamente me impedindo de cumprí-la! As coisas velhas já passaram e tudo se fez novo (II Co 5:17), então chega de coisas velhas, quero viver as coisas novas que o Senhor tem reservadas pra minha vida! Não vou mais olhar pra trás, o passado não importa mais, EU SOU LIVRE!!! E a liberdade será a canção do meu coração! (Parte da música do Clamor Pelas Nações, muito linda...).

Que a Verdade que liberta, Jesus Cristo, seja contigo onde fores, e assim terás vida em abundância!!!! Fique na Paz do Senhor Jesus! Amém!

segunda-feira, 23 de março de 2009

A Verdade que liberta

Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará! Esse pequeno texto que está escrito em João 8:32 tem sido motivo de intensa alegria e paz para o meu coração! É o meu texto bíblico favorito!
Por muito tempo tenho pensando em como posso explicar para as pessoas como é uma vida de liberdade, mas a cada vez que tento, me convenço mais que isso não pode ser explicado, pode apenas ser vivido. Ou seja, para que alguém possa entender, precisa primeiro viver isso na própria carne.
Os judeus para os quais Jesus falou esse versículo ficaram pasmos ao ouví-lo: "Somos filhos de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém, como pois tu vens nos dizer que precisamos ser livres?". Essa é a mesma reação que a maioria das pessoas tem hoje em dia ao serem confrontados com o evangelho de Jesus Cristo. Não podemos esquecer de que aqueles homens eram extremamante religiosos, cumpridores de todos os costumes e tradições da sua religião. Jesus sabia do que aqueles homens eram escravos, e lhes falou em seguida: "Todo aquele que comete pecado é escravo do pecado!". Ou seja, a religião não podia libertar aqueles homens da sua escravidão, e pior ainda, os escravizava mais do que já eram, pois sua fé na religião os cegava a ponto de não verem que Aquele que podia libertá-los de sua escravidão estava diante de seus olhos. Para ficar mais claro ainda, Jesus disse para eles: "Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres!", ou seja, a religião não podia libertá-los, mesmo que cumprida ao pé da letra. O sacerdote não podia libertá-los, a instituição não podia libertá-los, eles próprios não podiam se libertar pela própria força, ou seja, com boas ações. Porque somente o Filho pode libertar, porque Ele é a verdade que liberta! Jesus falou de si mesmo em João 14:6 - "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim".
Enquanto não deixamos o Espírito Santo agir em nosso coração nos convencendo de que somos pecadores, jamais seremos livres, pois o pecado dominará a nossa vida tornando-se nosso senhor. A promessa de Jesus é que ele enviaria um outro Consolador, que nos convenceria do pecado, da justiça e do juízo (João 16:8). Esse Consolador veio, e bate a porta do nosso coração pedindo para entrar e fazer ali Sua morada, o qual nos convencerá do quanto somos pequenos e impotentes diante da grandeza e da justiça de Deus. Ele nos mostra a santidade e pureza de Deus e a imundicia do nosso pecado quando comparados a Ele. Mas Ele também nos mostra a redenção que temos no sangue de Jesus, que nos torna apresentáveis diante do todo-poderoso, o grande EU SOU.
Isso para mim é liberdade!!! Saber que o Senhor Jesus fez tudo por mim e me deu a opção de escolher se quero andar com Ele ou não. Assim, não sou mais escravo de meus desejos sexuais, porque eu escolhi andar com Jesus e nEle tenho vitória. Não sou mais escravo da bebida porque se ando com Jesus, é a Ele que vou agradar e não aos desejos na minha carne! Não sou mais escravo da minha carreira profissional, porque o meu Senhor me ensina a "buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua justiça, e todas as outras coisas me serão acrescentadas" (Mt 6:33). Meu Senhor me diz que se eu me agradar dEle, Ele satisfará os desejos do meu coração (Sl 37:4).
Liberdade para mim, é ter experimentado o peso do pecado que me esmagava e me oprimia, me envergonhava e me acusava onde quer que eu fosse, e de repente, saber e sentir que tudo isso passou, pois o Senhor Jesus, que tem o poder para perdoar pecados, Ele mesmo se ofereceu na cruz para me libertar. E se Ele tem esse poder, e eu sei que tem, então é perto dEle que eu quero estar! É perto dEle que me sinto bem, é perto dEle que quero viver todos os meus dias, sejam eles quantos forem.
Muitas pessoas se julgam livres vivendo da forma que o seu coração manda, mas existe algo muito importante que não podemos esquecer: cada um de nós prestará contas a Deus no final! E mesmo que não acreditem nisso, esse dia vai chegar, pois pelo fato de alguém crer ou não, a verdade não muda. E quando esse dia chegar, o quê essas pessoas terão para apresentar diante de Deus? Eu terei ao Senhor Jesus! E Deus olhará para mim através do Filho e me verá santificado! Oh, que glória! Que mérito eu tenho nisso? Nenhum!!! Merecia o castigo do fogo eterno, porém como poderei negar tão grande amor? Como poderei virar as costas para alguém que me chamou pelo nome e escolheu me amar tanto assim? Como poderei Lhe resistir se Ele insiste tanto em me amar, mesmo eu sendo pecador? Então, eu escolho seguir a Jesus e pagar o preço, para viver a verdadeira liberdade, sabendo que não existe nenhum porém, não existe nenhuma dúvida, porque a Palavra de Deus me diz que "Nenhuma condenação há para aqueles que estão em Cristo Jesus" (Rm 8:1).
Enfim, não importa o tamanho da escravidão em que alguém possa se encontrar, se o Filho de Deus entrar na sua vida, experimentará a verdadeira liberdade, porque Ele, Jesus Cristo, é a verdade que liberta!!

Que a Paz do Senhor Jesus, que excede todo entendimento, encha o teu coração e a tua casa! Amém.

continua...

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Hiprocrisia!

Quando comecei minha caminhada com Jesus tudo foi muito complicado porque minha esposa não me apoiava, sendo que ela já era TJ. Usando essa desculpa, eu imaginava que podia ignorá-la e ir em busca de apoio nos braços dos irmãos da igreja. Passei longos anos sem lhe dar a atenção devida, mesmo amando ao Senhor Jesus mais que tudo em minha vida. Mesmo lendo a palavra e aprendendo dela de forma extraordinaria. Sabe, o que é mais maravilhoso na palavra de Deus é a forma que ela transforma o coração das pessoas! Eu tenho um coração muito orgulhoso, sou teimoso como uma mula, e não gosto nenhum pouco de ter minhas idéias contrariadas! Em todo o meu tempo de convertido tive uma luta ferenha contra isso, e graças ao Senhor Jesus, dia após dia tenho alcançado vitórias. A maior vitória para um orgulhoso é quando ele descobre que está sendo orgulhoso e toma uma atitude de humildade sem que outra pessoa precise lhe mostrar isso.
Mas não é sobre isso que quero falar, é sobre a minha conduta dentro de minha própria casa! No meio dos irmãos eu era um cristão exemplar, mas ao chegar em casa era uma verdadeira desgraça como marido e pai! Mas como falei acima, a palavra de Deus transforma nosso coração quando deixamos que ela entre e prevaleça sobre as nossas idéias. Isso que é o mais difícil para quem é orgulhoso, pois a palavra de Deus nos mostra que nossos pensamentos estão errados e quer corrigí-los!
Foi uma luta para mim quando li a passagem de I Tm 5:8 "Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente.", pois ela me confrontava com minhas atitudes em relação a minha esposa e filho. Essa passagem, além de tudo, me chamava de "pior que o descrente", pois eu não estava cuidando da minha família, quando existem muitos descrentes que dão a própria vida pela sua. E não foi fácil para mim mudar essa atitude! É muito dificil passar tratar bem as pessoas que não estamos acostumados a tratar bem. Elas percebem!!! E perguntam o que aconteceu! E daí o nosso orgulho precisa ser quebrado e precisamos pedir perdão por tanto tempo de desatenção e aspereza!
Me entristeço muito quando vejo isso acontecer com outras pessoas. Não porque me julgo melhor do que elas, mas porque sei que elas também precisam mudar isso em suas vidas. E não são poucas vezes que tenho visto isso, onde maridos tratam melhor os irmãos da igreja do que suas esposas e filhos. Onde até mesmo os estranhos são tratados com mais cortesia do que os da própria casa. Que grande hipocrisia que eu vivia quando agia dessa forma! O grande homem de Deus dentro da igreja, vestindo uma "casca" de santidade, e em casa um grande hipócrita que era grosseiro e áspero, um verdadeiro "casca-grossa" com a própria família.
Homens que não tratam as esposas com o amor que lhes é devido dentro de suas casas ou quando estão sozinhos, esposas que honram seus maridos apenas na igreja ou nas rodas de amigos. Filhos que respeitam e obedecem seus pais apenas nas reuniões de jovens, mas quando estão em casa fazem apenas o que bem entendem, sendo desobedientes e respondões! É disso que estou falando!
Será que isso aconteceu apenas comigo? Será que estou imaginando coisas quando identifico essas situações em nosso meio? Ah, na verdadeira Igreja de Cristo isso precisa ser tratado! O amor de Jesus precisa estar dentro de nós e não apenas ao nosso redor, para que sejamos a mesma pessoa em qualquer lugar que estivermos. O amor de Jesus transforma primeiro a minha vida, e então ele transforma as pessoas que vivem comigo, aquelas que estão mais perto de mim, que me conhecem de verdade, aquelas que ouvem meu ronco quando durmo, que sentem meu cheiro quando chego cansado do trabalho (eca), aquelas que suportam o meu mau humor quando as coisas não são como eu gostaria que fossem! Essas são as pessoas que eu preciso amar mais, e portanto, as que que vou cuidar melhor!!!

Senhor, faz fluir em nós rios de água viva!!!